"A Entrega dos Três Trabalhadores"

Os três trabalhadores: Soldado, Atleta e Lavrador  •  Sermon  •  Submitted   •  Presented
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Texto: “Participa dos meus sofrimentos como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou. Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas. O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.” 2 Tm 2:3-6.

Introdução:

A Segunda Epístola de Paulo a Timóteo trata principalmente das responsabilidades e dos deveres de Timóteo. O apóstolo sente que a sua vida está chegando ao fim; por isso, com carinho e dedicação, ele dá conselhos a Timóteo, seu amigo e companheiro de trabalho, para que seja forte na fé e continue sendo um fiel soldado de Jesus Cristo. Ainda mais: que seja zeloso no cumprimento dos seus deveres de dirigente da Igreja e cumpra com fidelidade o seu ministério (4:5).
As experiências da prisão de Paulo deram-lhe uma ampla oportunidade para observar os soldados romanos e meditar nos paralelos entre o soldado e o cristão.
O estudo de 2 Tm 2:3-6 descreve o tipo de liderança pastoral necessária para enfrentar “os últimos dias”, que serão “tempos muito difíceis (3.1), épocas de crises.
Antecipa-se o tipo de líder rodeado por homens e mulheres que vivem para si mesmos, cujo padrão de vida é o egoísmo, a avareza e o desconhecimento de Deus (ver 3.1–9).
O que se requer do líder para um serviço efetivo nessa situação é um esforço que envolva trabalho e sofrimento projetados em três imagens familiares para Timóteo: o soldado, o atleta e o lavrador.

I. Soldado em Serviço - Dedicação:

“Nenhum soldado em serviço se envolve em negócios desta vida, porque o seu objetivo é satisfazer àquele que o arregimentou.”
O que se esperava? Como focos principais de suas atividades a proteção e a conquista. Nos parecem simplórias, mas para que estas duas tarefas sejam cumpridas é necessário: Treinamento para estar bem fisicamente, prontidão para estar à disposição de sua missão, vigilância para que o adversário não o pegue de surpresa, perspicácia para interpretar os planos adversários, subordinação às ordens superiores e muita coragem nos momentos de combate.
E a segunda milha? Os soldados deveriam ajudar na construção de estradas, pontes, fortes, fortalezas e na abertura de canais. Muito do apoio do exército veio de "engenheiros", um termo moderno que é usado para classificar agrimensores, carpinteiros, pedreiros, ferreiros, latoeiros e outros. Registros extensos eram mantidos por uma burocracia clerical que monitorava o suprimento de alimentos e mantinha dados atualizados sobre os soldados.
Quem eram? O legionário médio no império era um cidadão romano solteiro entre 18 e 45 anos. Ele era um soldado profissional assalariado, com tempo de serviço de 16 a 25 anos.
A Esperança? Depois de cumprir o tempo, ele seria libertado com uma pensão, ou uma soma de dinheiro acumulada em sua conta de poupança pessoal, e às vezes um lote de terra ou assentamento em uma colônia. Oficiais romanos de patente equestre ou senatorial podiam seguir para a política após cumprir mandatos muito mais curtos de três anos.
a. Mas até lá, não se espera vida fácil e segura:
a.1 Dificuldades, riscos e sofrimentos.
a.2 Oposição e ridicularização quando vencidos.
a.3 Afinal, qual é o propósito do soldado? Ele trava batalhas!
a.4 • Em Efésios, os servos de Deus lutam contra as forças espirituais, não contra a carne e o sangue (Ef 6:12).
a.5 Então as armas devem ser espirituais:
“Porque as armas de nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para destruir fortalezas… e levando cativo todo pensamento a Deus.” (2Co 10:4-5)
b. É preciso disposição para concentração:
b.1 • O seguidor de Jesus pode ser comparado a um soldado que veste toda a armadura de Deus para travar uma guerra espiritual (2Tm 2:3-4; Ef 6:13-17; 1Tm 1:18; 1Ts 5:8).
c. E não se deixar envolver pelos negócios da vida civil:
c.1 • Isso significa que as pessoas engajadas no serviço do Senhor Jesus Cristo nunca devem se envolver também com as ocupações seculares? Certamente não! Paulo mesmo trabalhou como fabricante de tendas enquanto pregava o evangelho e implantava igrejas. Ele testificou que suas mãos atendiam a suas necessidades.
c.2 A ênfase está na palavra embaraça. O soldado não deve permitir que fatos da vida diária se tornem o principal assunto da existência; por exemplo, que a obtenção de comida e roupa seja o principal objetivo de vida. Antes, o serviço de Cristo deve sempre ocupar o lugar de destaque, e as coisas desta vida ficar em segundo plano.
c.3 O prioritário precisa ser colocado em primeiro lugar. Constantemente o que é secundário e irrelevante tenta impor a pretensão de ser principal e importante. Comer, beber, vestir-se, trabalhar e ir às compras – nada disso é condenável, mas quando preenche totalmente o horizonte do ser humano, torna-o desumano.
Ilustração: Filme “Até o último homem”
Desmond Doss (1919-2006) foi um militar norte-americano. Foi socorrista de guerra. foi criado seguindo a doutrina e as crenças da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Em abril de 1942, Doss foi recrutado pelo Exército dos Estados Unidos, mas se negou portar uma arma. A única arma que portava era uma Bíblia de bolso. A insistência de Doss em não tocar em armas irritava os seus companheiros do corpo de treinamento. Ao se ajoelhar ao lado da cama para orar, seus colegas atiravam sapatos nele. Um oficial ameaçou levá-lo para a corte marcial e até tentar dispensá-lo do Exército. Nos combates, mesmo sob o risco de morte, recusava-se a abandonar os soldados feridos. Em maio de 1945, a unidade militar da qual Desmond Doss fazia parte, recebeu a missão de captura na Escarpa Maeda, um despenhadeiro de 120 metros que cercava a frente da ilha de Okinawa e que servia de quartel para os militares japoneses. Depois de escalar a montanha a tropa foi recebida por um intenso fogo inimigo. Desmond Doss conseguiu retirar daquela região mais de 75 fuzileiros feridos, arrastando-os e carregando um a um para levá-los até a base americana, com a ajuda de uma corda.

II. Atleta Grego - Obediência:

“Igualmente, o atleta não é coroado se não lutar segundo as normas.”
a. Não dá demonstração aleatória de força ou habilidade:
a.1 As regras de participação no treinamento para os jogos olímpicos (era preciso exercitar-se 10 meses antes!) e para a disputa em si (prestava-se um juramento prévio!) eram e continuam sendo muito severas.
b. Prática de regras:
b.1 Nenhum atleta, por mais brilhante que fosse, era “coroado como vencedor”, a menos que tivesse competido “de acordo com as regras”.
b.2 O cristão tem a obrigação de viver licitamente, manter as regras, obedecer às leis morais de Deus.
b.3 Quem obedece às instruções do Treinador vence o diabo.
b.4 Eis algumas das regras do serviço cristão:
1) o cristão deve praticar a autodisciplina (1Co 9:27);
“Mas esmurro meu corpo e o reduzo a escravidão, para que, tendo eu pregado a outros, não venha eu mesmo a ser desqualificado.”
2) não lutar com as armas carnais, mas com as espirituais (2Co 10:4);
3) manter-se puro;
4) não brigar, mas ser paciente.
c. Treinamento constante:
c.1 Anjos e demônios são espectadores (1Co 4:9).
“porque nos tornamos espetáculo ao mundo, tanto a anjos, como a homens.”
E a competição, que contém todas as diferentes modalidades, “não é contra o sangue e a carne”, mas contra os poderes espirituais de paixões desregradas que agem por intermédio da carne.
d. Aplicação:
d.1 Para passar o evangelho adiante podemos imaginar a modalidade esportiva do revezamento: o evangelho é a tocha da vida; de cada um é demandado empenho máximo, de todos se espera que estejam entrosados entre si.
d.3 Por um lado a participação é aberta a todos, mas o atleta tem de cumprir as exigências, se quiser ser coroado de êxito.
Ilustração:
Mundial de Atletismo 2015: Este sábado (29/08/2015) ficará marcado com um dia infeliz para os revezamentos do Brasil. No 4x400m, o quarteto formado por Pedro Luiz de Oliveira, Wagner Cardoso, HedersonEstefani e Hugo de Sousa se esforçou, mas somou contratempos dentro e fora da pista. Ao receber o bastão, Hederson teve que abrir caminho à força entre adversários que já haviam parado de correr, mas não saíram da pista. Ao cruzar a linha de chegada com 3m01s05, Hugo atropelou um adversário de Botswana que parou bruscamente e caiu. Fora da pista, ele e Pedro passaram mal e vomitaram. “A gente dá o máximo, vai à exaustão para representar o nosso país com toda a energia que tem, então toda prova fico exausto. Estou com o ouvido entupido por conta do esforço. Infelizmente vamos ter que assistir a essa final na arquibancada - disse.” Dentre as 15 equipes que completaram a prova (o time das Bahamas foi desclassificado), o Brasil ficou em 12º lugar e foi o único país que não alcançou seu melhor desempenho na temporada.

III. Lavrador - Ação pela fé:

“O lavrador que trabalha deve ser o primeiro a participar dos frutos.” (2Tm 2:6)
A missão principal de produzir mantimentos e frutos. Nas atividades da lavoura é preciso preparar o terreno para o plantio, selecionar as sementes ou as plantas a serem cultivadas, conhecer o tempo certo (as estações) para plantar e colher, estar atento às pragas que atacam as lavouras, e muita paciência para acompanhar as fases em que as plantas germinam, crescem, florescem, produzem frutos ou grãos e depois recolhe-los em lugares adequados.
a. Trabalho árduo:
a.1 vários nomes são dados na Bíblia ao indivíduo que trabalhava no campo, como agricultor, viticultor, lavrador etc.
a.2 Por mais pobre que seja o solo ou por mais rigoroso que seja o tempo.
a.3 Trabalho de fé: A fé é o princípio de todas as coisas! Pois como o lavrador pode colher se antes não crer que a semente germinará?
a.4 Um detalhe: Ao contrário do soldado e do atleta, faltam agitação e elogios à vida do lavrador.
a.3 No entanto, a primeira parte da colheita vai para o lavrador esforçado, que a merece.
Primeiro, a santidade é semeadura e colheita. Muitos cristãos ficam surpresos por não estarem crescendo visivelmente em santidade. Estamos negligenciando o cultivo do campo de nosso caráter? (Pv 4:18)
Segundo, ganhar novos conversos também é semeadura e colheita. Tanto a semeadura da boa semente da Palavra de Deus como a colheita são trabalhos árduos, especialmente quando são poucos os trabalhadores. Almas são ganhas para Cristo por lágrimas, suor e dor, especialmente em oração e em amizade pessoal sacrificial.
a.4 “Sede, pois, irmãos, pacientes, até à vinda do Senhor. Eis que o lavrador aguarda com paciência o precioso fruto da terra, até receber as primeiras e as últimas chuvas. Sede vós também pacientes e fortalecei o vosso coração, pois a vinda do Senhor está próxima.’”Tg 5.7–8.
a.4 A paciência é uma virtude que poucos têm e muitos procuram. Vivemos numa sociedade que defende a palavra instantâneo. Mas ser paciente, da maneira como Tiago usa a palavra, é muito mais do que esperar passivamente que o tempo passe. Paciência é a arte de suportar alguém cuja conduta é incompatível com a de outros e por vezes opressiva.
a.5 “Sejam… pacientes até a vinda do Senhor”. Os leitores sabem que o Senhor está voltando como Juiz. Devem exercitar o autocontrole e paciência até à vinda do Senhor.

IV Conclusão:

a.1 Cheio de coragem e confiança, o apóstolo resume a sua vida e a sua esperança de servo de Deus, afirmando o seguinte:
“Combati o bom combate, completei a carreira, e guardei a fé. Já agora a coroa da justiça me está guardada, a qual o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia” (4:7–8).
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